No dia 30 de outubro, no Edifício IMPRESA, decorreu a 6.ª edição da conferência organizada por Estrelas & Ouriços, com o apoio de Instituto de Apoio à Criança (IAC) e Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC). O encontro reuniu famílias, especialistas, educadores e defensores da infância para uma reflexão urgente e essencial: a importância do brincar como direito e necessidade em Portugal. (iacrianca.pt)
O debate girou em torno de três eixos fundamentais:
O tempo para brincar — como encaixar a brincadeira nas agendas cada vez mais preenchidas. (estrelaseouricos.sapo.pt)
O papel da tecnologia — entendida não apenas como risco, mas também como oportunidade para aprendizagem lúdica e criativa. (estrelaseouricos.sapo.pt)
A qalidade dos espaços de brincar — escolas, ruas, parques e espaços públicos como cenários essenciais para o desenvolvimento infantil. (iacrianca.pt)
Para além dos debates, a conferência apresentou resultados recentes do estudo Portugal a Brincar III, que revelou dados reveladores sobre os hábitos de brincadeira das crianças portuguesas: muitas ainda brincam pouco por dia, e grande parte do tempo de jogo ocorre dentro de casa. Isto acendeu um sinal de alerta sobre a necessidade de devolver às crianças tempo, espaço e liberdade — ingredientes essenciais para uma infância saudável. (estrelaseouricos.sapo.pt)
Uma das inovações da conferência foi dar voz às próprias crianças. Através de “mini-repórteres”, jovens participaram ativamente — com relatos, perguntas e até reportagens — mostrando como veem o mundo do brincar, o que sentem falta, e como gostariam de brincar. A perspetiva infantil trouxe leveza, autenticidade e urgência ao debate. (estrelaseouricos.sapo.pt)
Durante o evento foram apresentados projetos educativos inspiradores, incluindo esquemas de escolas que já incorporam o brincar livre e ativo no seu quotidiano — como o programa Escola Ativa (Viseu). Estes modelos mostram que é possível conciliar aprendizagem, estabilidade e o direito ao brincar — reforçando a noção de que a “aldeia” educativa é essencial para formar crianças felizes e saudáveis. (estrelaseouricos.sapo.pt)
A 6.ª Conferência Estrelas & Ouriços renovou um compromisso colectivo: colocar o brincar no centro da infância, defendendo-o como direito, como necessidade e como caminho para o desenvolvimento global da criança. Especialistas, famílias, instituições e organizações convergiram na ideia de que é urgente garantir às crianças o espaço e o tempo para brincar — em casa, na escola e na comunidade. (estrelaseouricos.sapo.pt)
A conferência mostrou que brincar não é luxo nem detalhe — é base. Num mundo onde o ritmo, a tecnologia e a rotina tendem a acelerar tudo, a infância pede pausa, presença, espaço.
Eventos como este são essenciais — ajudam a lembrar que ser criança é existir no presente, com corpo, alma e imaginação livres. E servem também como impulso para que famílias, escolas e comunidades repensem os seus espaços e tempos para devolver às crianças o que lhes é de direito: brincar.
Que esta conferência ecoe — e que o brincar volte a conquistar o lugar que merece.
A 6.ª Conferência Estrelas & Ouriços deixou uma mensagem inequívoca: brincar é uma necessidade vital e não negociável. As crianças precisam de tempo, espaço e liberdade para explorar o mundo com o corpo inteiro — exatamente aquilo que defendemos todos os dias no Pé Descalço Eco Parque.
No nosso parque, vemos acontecer aquilo que os investigadores e especialistas reforçam: quando a criança se move, sobe, corre, se suja, experimenta e arrisca, ela cresce — por dentro e por fora. Ganha autonomia, equilíbrio emocional, criatividade, resiliência e confiança.
E porque acreditamos que o brincar livre não pode viver apenas no verão, nasce agora o projeto O Pé Descalço Vai à Escola.
Levamos a filosofia do parque aos recreios: mais movimento, mais natureza, mais espaços que inspiram imaginação e bem-estar. Queremos que cada recreio seja um pequeno laboratório de liberdade, onde cada criança possa ser exatamente aquilo que é: curiosa, ativa e inteira.
A conferência mostrou-nos que o caminho é urgente. O Pé Descalço mostra que o caminho é possível. E as escolas mostram que o caminho é necessário.
Juntos, podemos devolver às crianças o que lhes pertence: o direito de brincar. E brincar muito.
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